Entre Sonhos e Realidade: A Caminhada Materna de Lana Veras

Há vivências que não cabem apenas nas palavras. A maternidade, para Lana Veras, 43 anos, é uma dessas experiências. Moradora de Parnaíba e mãe de três filhos – Levi (9 anos), Maju (8 anos) e Lui (3 anos) – Lana carrega consigo uma história de encontros, descobertas e afetos que transcendem os limites da linguagem comum.

Para ela, ser mãe é, antes de tudo, a realização de um projeto de vida. Um desejo profundo que foi se concretizando passo a passo, não apenas com amor, mas também com entrega, coragem e reflexão. Seus filhos chegaram por meio da adoção, cada um com sua própria história, dores, recomeços e alegrias. A partir desse ponto, formou-se uma nova família – cheia de vida, movimento e laços que se fortalecem dia após dia, ao lado de Vladimir Veras, pai presente na construção desse cotidiano afetivo.

Em suas próprias palavras, Lana compartilha:

“A maternidade pra mim é a realização de um projeto, de um desejo, de um sonho e viver hoje a maternidade dos meus três filhos é de uma intensidade amorosa que eu nem sei explicar por meio da linguagem das palavras e que vai se construindo no dia a dia, no cotidiano, nos afetos, nos pequenos e grandes cuidados. Assim como também se consolida nas dificuldades, no cansaço, nas dúvidas e hesitações que acompanhar, como mãe, o crescimento e a formação de uma pessoa pode nos trazer. Meus filhos chegaram até mim por meio da adoção. Cada um de nós com sua origem, sua história, suas dores e com seus recomeços e alegrias, agora juntos e trilhando um caminho de mais segurança e partilha. Nessa caminhada é muito importante a formação de um amor que não imponha condições para acontecer, que não confunda nossas idealizações de filhos com as pessoas que nossos filhos são e serão, que não imponha nossos desejos e projetos pessoais como se fossem os deles. É bonito participar tão de perto, e mesmo em parte constituir, a construção de um ser humano... É uma experiência muito potente e transformadora de si e do mundo. É necessário entrega, é importante planejamento e responsabilidade, assim como também é preciso se arriscar, se lançar ao mundo e ao novo dessa vivência.”

A história de Lana com a adoção começa antes mesmo da habilitação legal. Foi no CRIA, em Teresina, que ela deu os primeiros passos. Ali, conversando com Francimélia, encontrou informação, acolhimento e reflexão. Em 2016, iniciou o processo de habilitação. Anos depois, a maternidade aconteceu – e não apenas uma, mas duas vezes. Em 2021, chegou o caçula Lui, completando a trindade de amor que hoje enche a casa de risos, correrias e chamados carinhosos: “mãããããe, paaaaai!!”.

Lana finaliza com uma mensagem que ecoa os princípios fundamentais da convivência familiar e da dignidade da infância:

“O CRIA fez parte da minha história com a adoção desde o comecinho, antes mesmo do processo de habilitação, quando fui à sede em Teresina conversar com Francimélia sobre meu interesse e encontrei muitas informações e reflexões. Entrei com o processo de habilitação em 2016 e alguns anos depois me tornei mãe não somente uma como duas vezes! Em 2021 as crianças ganharam um irmãozinho caçula e hoje fazem suas peraltices com os vovós corujas, estudam e vivem suas infâncias povoando nossas vidas de risadas, correrias e gritos de “mãããããe, paaaaai!!” Desejamos que todas as crianças tenham garantido seu direito à família, ao cuidado afetuoso e a sua história. E agradecemos a todas as pessoas que, de algum modo, contribuíram para nosso encontro. As certidões de nascimento são novas, os amores antigos.”

No CRIA, histórias como a de Lana inspiram e reafirmam o nosso propósito: promover o direito de todas as crianças à convivência familiar e comunitária, em ambientes seguros, afetivos e responsáveis. Porque toda infância merece crescer cercada de amor – e toda maternidade merece ser vivida com liberdade, dignidade e reconhecimento.